27/06/2011

O corpo ou a vida

O corpo perfeito… ou sua vida? Universitários britânicos levantaram essa hipótese em uma pesquisa, para saber qual é o grau de importância que as pessoas dão à beleza estética.
Surpreendentemente, quase um terço das mulheres jovens disse que trocaria no mínimo um ano de suas vidas em troca do corpo de seus sonhos (16%).
10% trocariam dois anos de suas vidas e 2% perderiam uma década de vida pela mudança. Houve até quem trocaria vinte ou mais anos em troca da beleza, representado por 1% dessas mulheres.
Esse quadro indica um fator alarmante entre os jovens. Hoje, uma aparência perfeita pode ser considerada mais importante do que qualidades como bondade, honestidade, senso de humor ou inteligência.
A preocupação com a aparência está começando cada vez mais cedo. De acordo com a Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos, mais de 326 mil jovens e crianças de até 18 anos fizeram procedimentos cosméticos e estéticos em 2004.
É habitual que jovens tenham o desejo de realizar mudanças no corpo, como a remodelação de orelhas de abano, correção de seios assimétricos, redução de mamas masculina e remodelação do nariz.
O que assusta muita gente, entretanto, são procedimentos que se restringiam aos adultos se tornando parte do universo de consumo já na infância e na adolescência – como a lipoaspiração e a implantação de silicone nos seios. Procedimentos como esses fazem com que as crianças se pareçam cada vez mais com adultos e envolvem mais as questões de sexualidade do que de autoestima.
Com a falta de maturidade, crianças e jovens podem ter uma falsa crença de que as mudanças de seu corpo promoverão melhorias em suas vidas.
Os pais e os médicos devem ter certeza de que esses jovens têm a noção do que as alterações no corpo podem, ou não, trazer a eles, antes de qualquer mudança brusca. Também é necessário um ambiente em que os jovens não sejam levados a dar mais valor à aparência do que ao caráter das pessoas.
Um dos maiores exemplos de nossos tempos da beleza impossível é a Barbie. A aparência da boneca pode fazer com que as meninas, desde cedo, criem uma ideia inalcançável de beleza. E é fácil de entender o motivo.
A cintura da boneca é 39% menor do que a média das pessoas anoréxicas. A gordura do corpo seria 17% menor do que a necessária para a menstruação. Pesquisadores criaram um modelo de uma adulta com as proporções da Barbie no computador e descobriram que as costas dessa pessoa não suportariam o peso de seu corpo. Além disso, ela poderia ter apenas metade de um fígado normal e apenas alguns centímetros de intestino. Assim, logo morreria de desnutrição. Essa brincadeira de garotas, somado à pressão para a beleza inexistente, pode levar a ideias nem um pouco divertidas

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